Esta vinha situa-se em Girabolhos, aldeia do concelho de Vila Nova de Tazem – Gouveia. Girabolhos, situa-se próximo do vale para o rio mondego. Aliás a encosta do vale virada ao rio será uma das zonas mais quentes do verão da Serra da Estrela. A nossa vinha fica a este do centro da aldeia, entre a aldeia e Vila Nova de Tazem. Situa-se a cerca de 420 metros de altitude, numa zona plana antes de um pequeno vale de um regato que mais a norte entroncará no rio Mondego.

A vinha tem cerca de 2,5 ha de área, quase exclusivamente dedicada à viticultura. Há umas árvores de fruto – pessegueiros, laranjeiras, figueiras, que nos enchem de cheiros e sabores quando estamos na vinha, na altura das suas flores e frutos. Além disso há também uma bordadura de oliveiras, que delimitam a vinha, identificando-a como a principal cultura. O solo desta vinha é constituído por areias de granito. Tem um aspecto homogéneo, tendo num declive mais acentuado (sendo suave) pedregulhos de base quartzo. Apresenta-se claro ecom pouca matéria orgânica.

Desde de que granjeamos a vinha – 2020, temos tido o cuidado na nossa filosofia de viticultura biologia, de manter a vegetação nativa rasteira que começou a crescer nas entre-linhas. Temos implementado melhorias da estrutura do solo, com aplicações anuais de matéria orgânica. Esta vinha tem uma mistura de castas e algumas cepas mais antigas que nos envaidecem.

Há uma parcela de castas brancas com Bical, Cerceal-Branco, Encruzado. Há uma zona maior de castas tintas. A casta que domina o encepamento é a Jaen, seguida da Tinta Roriz. Depois há duas castas com menor área face às anteriores – Tinta Pinheira e Touriga Nacional. Esta vinha é terra de uvas há muito tempo, dizem os locais, que Girabolhos é conhecida como a terra do “pai do vinho”… Acredito que a mãe seja a terra. Temos nesta parcela, 3 talhões de vinha de áreas mais pequenas que pelo aspecto retorcido das cepas, pela mistura de castas entre tintas e brancas e pelo cadastro… além da orientação diferente – (Este – Oeste), por oposição à orientação dominante Norte-Sul… São vinhas que denominamos de Velhas. No lote de castas há cerca de 20% de videiras brancas. Temos identificadas até ao momento uma diversidade de assinalável num dos 3 talhões temos 13 castas diferentes identificadas.

Esta vinha tem nas parcelas mais antigas, o cadastro de 1931 – Vinha do Penedo, tem outra com plantação de 1973 – Vinha da Aldeia e Vinha do Regato. A parcela central – Vinha do Torreão – tem duas datas de plantação – 1995 e 1999.
Para nossa referência, apesar da pequena área desta vinha, dividimos e batizamos os talhões, o maior e mais representativo é a vinha do Torreão, temos ainda a vinha do Carvalho. Depois temos os talhões de vinha velha – Vinha do Penedo, Vinha do Regato e a Vinha da Aldeia.

Esta vinha situa-se próximo da aldeia de Póvoa das Quartas, concelho de Oliveira do Hospital. É a nossa vinha situada na Sub-região do Alva, sobre uma encosta virada a Sudeste. Na parte mais alta a quinta atinge os 580m de altitude sendo que desce até aos 500m na parte mais baixa, em direcção ao rio Alva e à aldeia de Sandomil.

Esta encosta já era agricultada por olivais e tinha essencialmente uma ocupação de eucaliptal. Desde de 2017 iniciou-se uma reconversão estrutural e agrícola destes terrenos. Em parte do terreno foram instalados socalcos com duas linhas de vinha, num cenário de vinha pouco típico da região. Na maioria do terreno, trabalhamos com patamares largos com talhões de vinha. Por gosto pessoal do proprietário, Sr. António, foram plantadas diversas castas, entre brancas e tintas, tradicionais da região e outras duas importadas por paixão. Assim temos nesta parcela – Encruzado, Malvasia Fina, Bical e Uva Cão nas castas brancas. Nas castas tintas, temos Alfrocheiro, Touriga Nacional, Jaen, Baga e as “estrangeiras” Syrah e Touriga Franca. Cada uma plantada por talhões separados.

Temos nesta vinha uma aposta de risco e paixão, onde em 2019 iniciámos um talhão de pé-franco. Localizado numa zona baixa da quinta, num solo pobre de areia de granito. Nesse mesmo ano plantámos Touriga Nacional e em 2021 ampliámos esta área com uma panóplia de castas raras nativas do Dã, muito em voga na região em tempos pré-filoxéricos – Alvarelhão, Amaral, Baga, Bastardo, Negro Mouro, Pilongo, Tinta Amarela, Tinta Carvalha e Tinta Francisca. Já em 2023, voltmos a fazer crescer este talhão, para os actuais 3000 m2 (0,3 ha).

Esta vinha, dadas as diferentes altitudes, tem diferentes texturas de solo. Nas partes mais altas e em declive – onde foram feitos os socalcos, temos o terreno mais pobre e mais próximo de uma base de granito, constituindo-se o solo de saibro. Na parte mais alta temos um solo escuro e profundo, mais rico. Na parte mais funda, onde está o talhão do pé – franco, temos um solo pobre de textura arenosa e grosseira.

A vinha é ladeada por olivais, existindo também olivais no interior da propriedade. Além dos olivais tempos alguma floresta com eucaliptos e alguns sobreiros.

Muito próximo do centro da vila de Vila Nova de Tazem, temos a nossa vinha mais pequena, é apenas 1 ha. A vinha, fica do lado oeste da vila a cerca de 700m em linha reta da igreja da Vila. A nossa vinha, como tantas outras na região fica entre pinhais. Apesar da proximidade ao centro de Vila Nova de Tazem, para lá chegarmos temos de circular por uma estrada secundária, sair dessa estrada para um caminho de terra batida ladeado por muros de granito. Chegados à entrada da propriedade, atravessamos o pinhal, e finalmente encontramos a nossa vinha. Por isso lhe chamamos de Vinha Perdida. Tem um encanto de bosque de conto de fadas este sítio.

Neste caso, a maior parte da propriedade é a floresta de pinhal, a área de vinha ocupa o centro do terreno, bem exposta ao sol da tarde. Há umas arvores de fruto, macieiras e pereiras que marcam os solos mais fundos, como sempre naregião uma bordadura mais esparsa de oliveiras. Nesta pequena vinha, temos dois talhões principais. A casta dominante é a Jaen, temos ainda uma pequena secção de Touriga Nacional. Depois temos o sector da uva branca, onde temos Encruzado e Bical.

O solo continua a ser granítico, mas nesta parcela temos um solo um pouco mais rico, com zonas de maior concentração de argila e terra mais profunda. Há afloramentos rochosos de granito onde o solo é de textura mais grosseira e mais pobre. Esta pequena parcela de vinha foi plantada em 1994.